Wendell Miranda

Vou espalhar um cartaz pela cidade, porém, como tenho poucos informações a seu respeito, talvez fique um pouco mais complicado de te encontrar. Na falta da foto, eu posso apenas descrever suas características físicas. Como ainda assim, pode ficar um pouco vago, precisarei também descrever seu comportamento. Dessa forma, acredito que o cartaz deva ficar mais ou menos assim: "Procura-se alguém que tem um corpo esbeltamente esmirrado. Pele bastante branca, mas que não fica vermelha quando exposta ao sol, e até adquire tons levemente bronzeados. Olhos verdes. Cabelos ralos e lisos. Estatura mediana. Uma força surpreendente comparada a seu tamanho. Poliglota. Inteligente. Tem um sarcasmo irônico e engraçado. Praticidade sem fim. Cuidado! Pois essa pessoa tem alguns dons bem perigosos. Ela tem um quê de mistério que é bem charmoso, além disso, tem um olhar que parece que te invade e lê todos os sua pensamentos, e ainda assim, faz com que você se sinta extremamente à vonta

4:30 da manhã. Os olhos se abrem a muito contra-gosto. Ele não acorda de mau humor, apenas tem muita preguiça de pôr os pés pra fora da cama de imediato. Ele levanta, no automático escova os dentes, coloca a roupa da academia que deixou separada na noite anterior. Pega a mochila pesada que também já está arrumada, deixa os óculos escuros à mão para ficar mais fácil de colocar assim que entrar no ônibus. Bebe um copo d'Água e mastiga uma coisa qualquer. Sai de casa quando ainda é noite e torce para pegar um ônibus vazio. Se acomoda, olha seu celular mas não tem ninguém para dar bom dia. Coloca seu óculos, seu fone de ouvido e dorme. Acorda com o dia amanhecendo e pega o próximo ônibus. Dorme novamente. Chega na academia já com o dia claro e vai malhar. Sem dar atenção pra ninguém, essa é a hora que ele finalmente acorda, vem uma sensação de bem estar, ele toma um banho e vai pro trabalho. No caminho da academia para o trabalho às vezes sente falta de ter para quem desejar bom d

Existem pessoas que são como sol, que iluminam e aquecem tudo o que está em volta, são sempre esperados, ainda que todos saibam que se ficar expostos a ele por muito tempo podem queimar-se. Existem pessoas que são como as estrelas, que estão sempre ali para serem admiradas, que tem uma misteriosa e encantadora beleza, mas estão sempre distantes. Existem pessoas que são nuvem passageira, que na maioria das vezes sequer notamos sua presença, mas às vezes nos divertimos quando prestamos atenção nas suas milhares de formas. Existem pessoas que são como chuva. E eu me sinto chuva. Não como um temporal que deixa marca, nem como uma garoa de leve, mas sim como uma agradável chuva de verão, daquelas que chegam no final da tarde de um dia quente de sol. Aquela chuva boa, que vem pra refrescar, que dá vontade de correr pra ela e deixar are escorra por nosso corpo, daquelas que abre espaço para piques, para brincar em poças e beijos de casais apaixonados, mas que passa. A chuva de

As cortinas se abrem sem qualquer aviso prévio. Não há um anúncio para a entrada dele, na verdade, quase ninguém sabe direito sequer o nome dele. Nas propagandas o seu nome aparece bem pequeno, afinal, ele pode ser facilmente substituído. A plateia não está ali para vê-lo, muitas vezes, as pessoas nem prestam muita atenção no coadjuvante que está em cena bem ali frente deles. Pra alguns ele é apenas enrolação para a preparação da entrada do ator principal. Depois de tanto tempo, o coadjuvante aprende a sair de cena. Ele desenvolve uma técnica tão particular que entra sem alarde e sai sem ser percebido. Os mais desatentos nem percebem que ele esteve ali. Os mais atentos até se recordam às vezes do cara esforçado que passou um curto tempo bem ali à mercê deles. Mas de qualquer forma, o coadjuvante aprende a sair de cena, e já se acostumou a isso, ainda que algumas vezes ele sinta um pouco em deixar o palco, sim, deixar... É isso que ele faz, ele não se despede, ele somente se vai, e