Deixa eu escutar meu silêncio...
No horizonte tem três luzinhas vermelhas: uma que não se apaga nunca, uma que pisca com uma frequência regular, uma que acende e apaga sem nenhum critério. Três luzinhas, três pontos de vistas diferentes... Dependendo do ponto de vista que se observa, isso pode até ser de veras filosófico.
O vento gelado me tira dos devaneios e traz a realidade à tona cada vez que sopra.
Vejo as ondas quebrando, sempre de formas diferentes mas terminando da mesma forma todas as vezes, assim como eu.
E de novo uma rajada de vento gelado.
No meio de todo aquele silêncio que eu precisava, senti meu coração se reconfortando por perceber que de fato tudo transcorre da maneira com que eu esperava que fosse, e então deixo até que um tímido sorriso dê o ar da graça na minha face.
Não consigo dimensionar de fato quanto tempo fiquei ali, mas foi o suficiente para que eu pudesse sentir com que eu estivesse de novo me reconectando comigo mesmo, e era realmente o que faltava para que simplesmente agora fosse adiante.
Não doeu ou foi estranho arrumar as coisas, diferente da outra vez onde cada peça dobrada era como uma pontada no coração, dessa vez foi simplesmente arrumar as coisas, como viver um momento do qual já sabia que seria necessário e que tinha chegado a hora de ir de verdade dessa vez.
No fim das contas eu percebi que esse tempo veio em boa hora porque eu realmente preciso dele e por isso te entreguei a chave, porque não sei ao certo o quanto esse tempo nos transformará, mas para que a metamorfose se dê de forma completa, é preciso que encerremos um capítulo para que tão logo possamos começar a escrever outro.
Com o coração em paz, digo que o capítulo "Amantes" termina aqui.
Já o "Amigos" é para sempre.
Danke.
“TUDO tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou;
Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar;
Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar;
Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar;
Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora;
Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar;
Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.”
[Eclesiastes 3, 1:8]
Até breve (?)
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