Pular para o conteúdo principal

“ – Porque nunca fica ninguém?

– Talvez seja por causa do seu coração aberto.
– Como assim?
– Ué, você não vê que as pessoas temem pessoas que amam demais?
– Verdade, toda vez que enxergam meu coração eles temem, eles correm, as pessoas se assustam porque meu coração está sempre disposto a amar muito.
– As pessoas temem ser amadas, elas temem o amor alheio, porque se acostumaram a amar pouco, e quem ama muito é chamado de louco.
– E o que eu devo fazer, fingir que amo pouco?
– Não, gritar que amam muito e esperar que o grito atinja outro coração disposto a amar em dobro.
[Gustavo Pozzatti]
 
 
 "Porque nunca fica ninguém?"
Essa era uma pergunta que eu vinha me fazendo há um tempo, e ficava sempre na dúvida entre se era porque eu sou confuso de mais ou pareço leviano em excesso.
Existe algo que faz com que as pessoas que conheço e me relaciono desenvolvam um afeto grande por mim bem rápido, e depois de um tempo, elas se vão, normalmente quando começo a abrir meu coração.
Mesmo quando é muito claro que a culpa disso não é minha, eu costumo buscar diversas justificativas para tal sumiço: "Acho que falei de mais. Acho que procurei da forma errada. Acho que não deveria ter escrito aquilo. Acho que não era pra ter aparecido lá as 2 da manhã porque deu saudade.".
Mas não, não é nada disso! A culpa não é minha...
É que não sei estar mais ou menos em lugar algum!
Se eu não puder me dedicar com força total a alguma coisa eu nem tento.
Não gosto do morno, do mais ou menos, do cinza, do meio termo.
Prefiro o frio ou o quente, o cheio ou o vazio, o preto ou o branco. o tudo ou o nada.
Não me contento com pouco e não sei amar pela metade.

E é exatamente isso!
Não, não me envolvo com todas as pessoas que fico, mas quando escolho me envolver com alguma, é porque eu realmente acredito que ali existe algo de diferente, algo de especial.
E por isso eu mergulho de cabeça, aposto todas as minhas fichas, faço uma viagem para poder estar junto, dirijo por horas para poder estar 5 minutos junto, passo noites em claro, escrevo um milhão de cartas, e aos poucos vou dando todo o amor que tenho, que pode até ser pouco mas é sempre intenso de mais.
E aí todas somem, aos poucos vão indo, pois não é qualquer pessoa que está preparada para me acompanhar nas minhas loucuras. As pessoas preferem o morno porque sabem que o quente e o frio podem queimar, enquanto eu prefiro os extremos mesmo sabendo que eles podem - e provavelmente, deixarão cicatrizes.

Continuarei a gritar todo o amor que eu tenho, com a esperança de que um dia outro coração tão cheio quanto escute e tenha a coragem para me acompanhar na aventura de viver de verdade, e não de apenas existir.

Até breve (?)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

É dessas mulheres pra comer com dez talheres (♪)

Uma vez, quando eu era ainda mais moleque, uma certa pessoa me disse: "Rapaz, as mulheres não são todas iguais, como nada na vida é. Um Fusca e uma Ferrari, ambos são carros mas são muito diferentes um do outro. Com as mulheres é a mesma coisa, digamos que... Cada uma tem uma potência e um preço diferente, assim como os carros.". Desse dia em diante, eu passei a achar que mulheres são como carros. Ok, ok, entendi errado, mas deem-me um desconto, ainda era muito moleque quando me fizeram essa comparação. Cresci um pouco, achei que entendia mais da mulheres, e posso dizer que adquiri certa experiência com elas. Os homens tendem a se achar superiores as mulheres em um milhão de coisas, e buscam até embasamentos científicos para mostrar que elas são melhores apenas em tudo que está relacionado a cuidar do lar, dos filhos e do macho. Pobre desses homens. Mais pobre ainda as mulheres que ficam com esses homens. Mas enfim, com essa experiência que adquiri com mulheres, pude apren

Arrepiado, deixa o farol ligado, o vidro tá embaçado... (♪)

Tá bem frio hoje mesmo... Pois é, vamos dar uma volta? Ah, tô com preguiça... A gente sai só pra comer alguna coisa. Tô longe hoje. Eu te pego. Pega?!?? Tô brincando... Tá brincando? Que pena. Mas sério, te busco em algun lugar. Pode ser então. Onde vamos? Não sei... O Rio no frio me deixa sem ideias. Tá com fome? Não. Cerveja? Não... Hnm... Vamos então encostar o carro e ver a lagoa? Pode ser! Já parou aqui antes? Não... Lindo né? Uhum. Que bom que finalmente aceitou meu convite... Você nunca convidou... Você sempre fugia antes que eu chamasse. É... Olha pra mim... Fala. Me beija. "Dentro do carro, O cinto já tá de lado, O rádio tá ligado, Aumenta o ar condiconado..." Eu gosto dessa música. Eu também. Bem sugestiva. Verdade. Eu acho q... CALA A BOCA! "Arrepiado, Deixa o farol ligado, O vidro embaçado, O banco ta encostado." Pera, tá muito calor. Você não estava reclamando do frio? Mas agora tô suando. Tira a camisa... Não, as pessoas lá fora podem ver. Com esses vi