É preciso que arrumemos todas as coisas para conseguir finalmente enxergar tudo o que havia se perdido.
Por falar em perder, perdemos coisas o tempo todo... Perdemos um abraço por medo de parece frágil, perdemos um sorriso por não querer parecer imaturo, perdemos excelentes momentos por não darmos o braço à torcer, perdemos pessoas por não saber como valorizá-las... E as vezes, no meio de tantas perdas, acabamos perdendo a nós mesmos.
Perdermos de nós mesmos é mais fácil do que parece, principalmente quando se passa tanto tempo precisando ser o que de fato não é, ou então, quando tentamos ser tudo aquilo que as pessoas gostaríamos que nós fôssemos, e no meio disso tudo, para tentar fugir da realidade e se convencer daquilo que você insiste em viver, tudo na sua vida fica uma completa bagunça! E ainda que você tenha plena consciência disso, encarar a si próprio é bastante difícil. Nenhum julgamento é mais cruel e pesado do que aquele que fazemos de nós mesmos, e por isso, vamos deixando levar, ou vamos levando como dá.
Quanto maior está a bagunça, mais coisas vamos amontando nela, porque vai ficando cada vez mais difícil de colocar tudo em ordem, e então, quando percebemos, já mal sabemos como paramos ali, e como fazemos para parar tudo aquilo.
Nos acostumamos com a bagunça até o momento em que já não é possível encontrar nada nela, nem mesmo a confusão dos seus próprios pensamentos. E então, precisamos encarar tudo aquilo e começar a pôr tudo em ordem...
Olhamos para o espelho e vemos nossa imagem refletida. Hora de de mudar o corte, ou deixar a barba crescer... Enfim, hora de sair da mesmice de sempre!
Olhamos para aqueles papéis amassados perto da cama, abrimos dois ou três e percebemos que são aquelas velhas "cartas que eu não mando". Precisamos jogá-las fora porque sabemos que nunca mandaremos.
Olhamos para a foto guardada no fundo da gaveta junto com um milhão de outras fotos. Nos indagamos se realmente precisamos esconder algo que foi bom... E essa foto passa a ocupar a cabeceira da cama!
Olhamos para aquele sapato que foi emprestado um tempo atrás, e percebemos que passou da hora de resolver essa pendência também, porque não? Passamos uma graxa e pronto, parece novo.
Olhamos para o tablet que está com página de marketing digital aberta e... porque isso tudo começou mesmo? Não lembro, mas deleta.
Olhamos para a mala em cima do armário e lembramos que precisamos nos desculpar por não ter ido, como havia prometido.
Olhamos para o canto da cômoda e lá está o tênis da academia, e entendemos que é preciso compreender que não é culpa nossa por não poder corresponder. E seguimos.
A cada coisa que é posta em seu lugar, a cada dúvida que é tirada, a cada ferida que vamos tratando... Vamos nos sentindo cada vez melhor, porque no meio disso tudo, existe uma coisa que é muito importante, que é o reencontro do "eu" com o "mesmo".
Ainda há muito para ser arrumado, e tudo vai se ajeitando aos poucos, mas ao menos agora consigo enxergar um pouco do "eu" que havia se perdido em meio a tantos "nós".
Finalmente!
Até breve (?)
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