Eu já tentei mais de uma vez. E em todas eu sai decidido a vomitar todas as palavras de uma vez, sem pensar muito nas consequências e simplesmente ir embora. Já ensaiei todo o diálogo no espelho, me preparando para as possíveis réplicas e treinando as tréplicas. E isso tudo era pra ser bem mais fácil do que é.
Eu queria conseguir ter coragem de te falar tudo isso pessoalmente, olho no olho... E eu tentei! Tentei quando fiz silêncio e desviei o olhar, tentei quando te falei que precisávamos conversar, tentei quando deitei no seu colo e olhei de forma séria pra você. Mas minha covardia não permitiu com que eu falasse porque eu sei que a partir do momento em que tudo for falado, as coisas vão mudar. E eu não queria que mudassem.
Dizem por aí que pra quem não tem nada, metade é o dobro. E esse é problema, eu tenho muito! E no meio desse muito, a sua metade não completa praticamente nada.
Talvez você não saiba, mas meu coração dói um pouco cada vez que seu telefone toca e você sai de perto, cada vez que eu tenho que fingir que não existe nada, cada vez que você se ausenta por tempo indeterminado, cada vez que eu tenho que fazer silêncio e fingir que não estou ali.
E é por isso que dessa vez eu falo sério quando me refiro a "terminamos por aqui", porque eu não posso contar com você sempre que eu preciso, então é melhor eu não contar com você nunca, e assim, mesmo sem ter nenhuma vontade, eu preciso te deixar e ir.
Sei que eu não sou o primeiro, e que tão logo há de haver um outro que fique em silêncio quando seu telefone tocar, que durma sozinho enquanto você termina de combinar os detalhes do próximo fim de semana na sala, que faça peso sobre você pra dormir...
Da mesma forma, que tão logo há de haver um outro alguém com quem eu queria falar todos os dias, que eu sinta saudade assim que me despedir, que eu me sinta tão à vontade a ponto de não me importar em fingir nada.
Então... Então é isso. Sua vida seguirá da mesma maneira, que foi até hoje.
E a minha também.
Até breve (?)
Comentários
Postar um comentário