Tem planos pro almoço?
Sim... Pretendo comer.
Disso eu sei, mas quis dizer se posso te acompanhar.
Pode, mas só terei 30 minutos porque tenho que resolver umas coisas.
Tudo bem. Esses 30 devem valer a pena.
Não crie expectativas.
Todas já foram criadas. Que horas você almoça?
Depois das duas.
Te espero ali a partir de uma e meia.
Desculpa o atraso fiquei preso no trab...
Não tem problema. Onde vamos?
Tem um restaurante no segundo piso que é bom.
[...]
Você disse que tinha só meia hora...
Verdade, nem percebi o tempo passando.
Não disse que os 30 minutos valeriam a pena?
Mas não foram 30, acabei ficando quase uma hora.
E por mim eu ficaria outras tantas aqui.
Tenho que voltar pro trabalho.
Eu sei. Planos para depois do trabalho?
Sim, vou encontrar uns amigos aqui perto.
Tem um tempo pra mim depois?
Não dá, moro longe.
Passa lá em casa antes, é caminho.
Não sei, vou ver.
Vou te esperar as 7 da noite.
Eu disse que não sei.
Mas eu vou te esperar mesmo assim.
Não crie expectativas.
Sempre as crio. Até mais.
Você está atrasado, eu disse que te esperaria as 7.
Fiquei preso no trabalho, só consegui sair agora.
E seus amigos, não vai mais?
Claro que eu vou, só passei aqui pra não ficar esperando em vão.
Quer subir?
Não posso demorar.
Não quer subir ou não pode demorar?
Não posso demorar.
Vem.
[...]
Volta pra cá depois?
Não dá, amanhã tenho que estar cedo em casa.
Eu vou te espe...
Para, isso não vai funcionar de novo.
Tá bom. Eu quero que volte.
Vou me adiantar, a gente se fala.
Hey!
Fala.
Você é estranhamente encantador.
É... Tá. To indo.
Volta?
Não.
Achei que não fosse voltar, já são quase meia noite e...
Cala a boca e me beija.
[...]
Vamos dar um mergulho?
E esse vento?
Te esquento.
Vamos.
Quer cerveja?
Não, o que eu quero agora é você.
[...]
Você só tem 23 anos mesmo?
Uhum.
Não parece.
Deve ser a barba.
Não digo fisicamente.
Diz de que então?
Do seu jeito...
Mas você nem me conhece direito.
Vi o suficiente. Você é encantador.
Papo de cama a essa hora?
Não é papo de cama, não preciso mais disso porque já te levei pra minha.
Tem razão.
Você tem um ar misterioso que é interessante e uma aura de menino contagiante...
Hum...
E fica uma graça quando está sem jeito, como agora.
Pega agua? To com sede.
Tá, vou buscar. Já percebi que não sabe receber elogios e não gosta de falar sobre isso.
Sede!
To indo.
Que foi?
Nada, só tô te olhando.
Para com isso porque tenho trauma de psicopatas.
Você é engraçado. Vem cá.
Fala.
Dorme aqui hoje?
Porque eu deveria?
Porque quero curtir a última noite na cidade com alguém especial.
E quantos caras especiais já passaram por essa cama?
Caras alguns... Caras especiais só você.
Vou fingir que acredito.
To falando sério.
Eu também.
Dorme então?
Se você merecer...
E o que eu tenho que fazer pra merecer?
Me beija.
[...]
Bom dia.
Bom...
Tudo bem?
Uhum.
Dormiu bem?
Uhum.
Tá com fome?
Uhum.
Fiz café pra gente... Prefere comer na cama ou na mesa?
Tanto faz.
Vamos comer lá fora então.
Tá.
Obrigado.
Porque?
Por ter voltado.
Tudo bem, era mais cômodo pra mim ficar aqui do que voltar pra casa.
E só voltou por isso?
Não.
Acabou de comer?
Sim.
Vamos dar um mergulho?
Não dá, tenho que ir.
Tem mesmo?
Tenho.
Vai voltar hoje?
Não dá, tenho um monte de coisa pra fazer.
Esqueci dessa sua agenda lotada.
Pois é.
Quer que te leve na portaria?
Não precisa.
Quando eu voltar no Rio a gente se vê?
Não sei.
Imaginei que essa seria sua resposta.
Sou tão previsível assim?
Não, pelo contrário.
Tá. Obrigado pela recepção e pela noite agradável.
Eu quem agradeço menino. Encantador menino.
Esse papo de novo?
Já disse que não é papo.
Tá. Tchau.
EI! OLHA AQUI EM CIMA!
An? Fala...
VOLTA? NÃO PRECISA SER HOJE, MAS VOLTA UM DIA?
Volto.
E ele foi, não olhou pra trás, mas sabia que o acompanharam da sacada com o olhar até ele virar a esquina.
Ele foi, mas ele sabe que vai voltar. Um dia, mas vai voltar.
Até breve (?)
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