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Ah, que se o amor não é mais como antes, meu bem... (♪)

Todo silêncio tem um nome, um motivo.
Alguns silêncios falam... Gritam tão alto que são capazes de transmitir mais sentimentos que muitas palavras ditas ou escritas. Traduzem o fim de um tempo, a indiferença natural ou forçada, a necessidade de ser notado ou esquecido.
O silêncio pode ser sintoma de saudade, de "sinto sua falta mas não há mais nada a ser dito"; ou um sintoma de mágoa: "você me feriu, e em vez de me vingar com palavras, te dou o meu silêncio"; ou pode ainda ser um sintoma de indiferença e frieza: "o meu silêncio é a prova de que a minha alma está tranquila e em paz longe de você".
Silêncios falam alto para quem espera por uma resposta. É o olhar pelo reflexo da TV desligada por mais de 15 segundos, é o sumiço de alguém que costumava fazer barulho o tempo todo, é a falta daquela risada deliciosa, é a impossibilidade de ir atrás de alguém que não quer mais ser encontrado.
O silêncio é uma arma poderosa, mesmo para quem não tem a consciência de estar numa batalha. Porque dentro do silêncio cabem inúmeras interpretações, e isso pode enlouquecer quem fica à espera de uma resposta, devido a todas as inquietações que isso provoca.
Mas também pode ser o empurrãozinho que faltava para aquele que esperava a hora de virar o jogo. E nesse momento talvez seja hora de descobrir que quem muito se esconde, uma hora deixa de ser lembrado. É preciso coragem para abandonar silêncios que ferem, pois o bom da vida é encontrar respostas no amor que damos.
É melhor alguns meses de coração partido do que uma vida inteira de decepções.
Talvez um dos maiores obstáculos à felicidade seja o medo de sofrer. Tememos enfrentar muitas dores, porque achamos que não conseguiremos suportá-las e, por essa razão, muitas vezes acabamos por trazer um sofrimento ainda maior para as nossas vidas, mantendo do nosso lado o que não nos ajuda a sermos felizes; muito pelo contrário.
Entre os sofrimentos que evitamos, encontra-se o medo de nos separarmos de uma pessoa que nem parceira mais é, que nem mais cuida de nós, que nem mais nos ama. Evitamos ao máximo um rompimento que já se tornou urgente e necessário, que evitamos tomar a atitude certa, a única atitude, aliás, possível e coerente naquele momento, uma vez que manter esse alguém do nosso lado está acabando com a nossa vitalidade, com a nossa razão de sorrir, com o nosso potencial em amar com reciprocidade.
E, assim, vamos insistindo em manter nas nossas vidas exatamente quem deveria ficar longe, quem já teve a chance de fazer parte de nós mas não aproveitou, quem nunca fez questão de lutar por nós ou mostrar que nos merece ter presente na sua vida. É preciso deixar ir. Deixa que vá quem apenas fica por comodismo, quem fica como peso, como bagagem inútil, quem só recebe e nada devolve, quem não nos percebe, não nos enxerga, não nos espera para nada, por nada. Manda embora da tua vida quem mente, quem pratica o "tanto faz". O sofrimento por quem vai embora é doloroso, mas libertador. É preferível a dor do rompimento que aos poucos acalma a um sofrer diário por medo de sofrer. Dor sem fim ninguém merece, muito menos nós.
E por isso, é preciso as vezes que digamos "eu te amei até que minha dignidade disse: - Não vale a pena!". A dignidade é a fronteira pessoal e emocional que serve como um protetor psicológico. Dependendo de onde tivermos esse limite, as nossas relações pessoais e sociais terão um melhor equilíbrio.
A nossa dignidade nas relações afetivas não deve aceitar que nos rebaixemos nem que façamos sempre concessões. No momento em que começamos a ceder e a fazer uma renúncia atrás da outra, essa barreira excepcional e valiosa se romperá. Se pensarmos bem, iremos nos dar conta de que são poucas as vezes em que paramos para analisar essa dimensão tão íntima e tão importante de nós que se chama dignidade.
Tudo seria justificável, desde que não puséssemos em jogo a nossa dignidade. Há relações afetivas em que, às vezes, não vemos os limites. Damos tudo sem esperar nada. Qualquer esforço é pouco para fazer o outro feliz. Até que, um belo dia, nos damos conta do profundo vazio que sentimos no nosso interior. Não é que algo nos falte, é que tudo vai mal; nada está em sintonia e toda a energia é direcionada a apenas uma pessoa. Enquanto isso, nos alimentamos apenas de migalhas. Há momentos nas nossas vidas em que vale a pena sermos corajosos e arriscar. No entanto, não podemos esquecer - é preciso arriscar tendo várias coisas bem seguras: a tua autoestima, a tua dignidade e o teu direito de ser feliz. No momento em que alguma dessas coisas falta, devemos tomar uma decisão, tendo sempre em conta que: quem gosta verdadeiramente de nós se preocupa todos os dias com o nosso bem-estar.
Você não precisa convencer ninguém a se relacionar com você.
Muitas vezes nós nos submetemos a relações com pessoas que têm planos e ideais diferentes dos nossos e por insistência naquele velho erro de tentar caber em calças que não nos servem, tentamos encaixá-las em nossos planos ou nos adaptar aos planos delas mesmo sabendo que essa é uma receita infalível para o insucesso.
Hoje eu percebo que uma relação só tem chances de prosperar quando os dois acreditam e valorizam esse projeto com a mesma intensidade. Hoje eu percebo que não há nada mais devastador do que ter que convencer alguém a se relacionar com você quando há muita gente no mundo com planos convergentes com os seus. Hoje eu percebo que se relacionar com alguém realmente envolve algumas dificuldades, mas que a vontade de se relacionar não deve ser uma delas. Isso é prioridade.
Porque posso não saber para onde irei, mas sei bem para onde nunca mais voltarei.
Não voltarei aos mesmos erros, aos caminhos que já sei que não levam a lugar nenhum, às promessas quebradas, ao relacionamento fracassado, aos amigos hipócritas, ao emprego que não trazia felicidade... Não abra mão daquilo que você é, daquilo em que você acredita, ou ninguém reconhecerá a grandeza que você possui dentro de você mesmo.
Há lugares para onde nunca mais devemos voltar, jamais. O ontem deve permanecer lá atrás, e com isso, redirecionaremos as nossas energias em direção a acertos e vitórias que nos tornarão cada vez melhores e mais felizes.
Não volte ao lar que já se desfez, ao colo que não te acolhe, ao vazio solitário de uma cama compartilhada. Devemos ter a coragem de colocar um ponto final em tudo aquilo que nos enfraquece e nos diminui. O nosso caminho deve ser ser transparente e leve, sem pesos inúteis que nos impedem de ir adiante.
Não volte às promessas quebradas, ao relacionamento fracassado, que nada acrescenta à sua vida. Não dê a mão ao vazio, ao compartilhamento unilateral, ao doar-se sem receber nada em troca. Todos temos a chance de encontrar uma pessoa que não retorne menos do que doamos, que não nos faça sentir a frieza do pior tipo de solidão: a solidão acompanhada. É preciso poder contar com alguém que permaneça ao nosso lado, mesmo após conhecer o nosso pior lado, e que continue a gostar de nós.
O amor não vence tudo. Arrisco inclusive dizer que o amor talvez nem seja o mais importante em uma relação a dois. O amor é importantíssimo, imprescindível, mas, no apagar das luzes, amor não lava a louça. Amor não cura traumas, não arruma a bagunça da sua casa nem desliga o som quando colocam pra tocar aquela banda que você não gosta no volume máximo. O amor é passivo. Você sente e ele está lá, sem que você precise fazer nada. O problema são as coisas que não são passivas, que dependem ativamente de nós, do nosso esforço, da nossa resiliência, da nossa força de vontade de fazê-las acontecerem. De nada adianta a paixão avassaladora aterrissar no seu coração se você não está disposto a encarar todo o resto, a tentar superar as dificuldades, a sair da sua zona de conforto. Fato é que muitos amores deixados pelo caminho por conta de outros motivos poderiam ter dado certo, assim como muitos amores levados adiante não conseguiram vencer as dificuldades.
E agora, bem indiretamente direto, eu lhe digo: Se começar a sentir a minha falta, lembre-se: foi você que me deixou ir.
Talvez você não imagine o quão importante eu era pra você. Você esqueceu a vida que tinha antes e não se lembra das coisas maravilhosas que fiz por você e trouxe para a sua vida.
Mas o amor é isso, é uma guerra. É duro e difícil, a gente ganha ou perde, não há meio termo. É confuso e por vezes doloroso.
Talvez um dia, se você acordar sem ninguém do teu lado e pensar no que correu mal na sua vida, e pode ser que nesse momento você se lembre de tudo, que foi sua decisão de tudo fosse dessa forma.
Nos cruzaremos um dia e teu coração vai se contrair como se tivesse tentando reviver todos os momentos em que te ofereci amor verdadeiro, pode ser que então você decida falar comigo, tente se desculpar, mas pode ser que antes que você chegue, alguém agarre a minha mão, e então você verá o mesmo olhar de amor e admiração que tinha por você direcionado a outra pessoa.
E aí você vai perceber que também já foi uma escolha minha. Que eu não precisava de você mas queria te ter e lutava por você. Que fazia tudo por você e mesmo assim jogou isso fora. Que não me terá destroçado, pelo menos não completamente, apenas desperdiçou a sua oportunidade de ser feliz comigo, e outra pessoa agarrou esta oportunidade.
Mas você consegue dizer honestamente que algo assim não te incomoda nem um pouco por dentro?
Se você amasse de verdade, não se deixaria afastar de mim. Não me deixaria  crer que o amor imenso que sentia por você pouco significa. Não deixaria que o amor que alegremente dava a você fosse dado a outra pessoa qualquer.
Mas, apenas para reforçar, se começar a sentir a minha falta, lembre-se: foi você que me deixou ir.

Até breve (?)

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