Pular para o conteúdo principal

Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos num outro nível de vínculo, tempo, tempo, tempo, tempo... (♪)

Eu sempre evito de escrever a respeito de passagem do tempo pois sempre me sinto repetitivo, mas hoje eu não consigo fugir desse tema. Me desculpem a redundância, ok?

Crescer não é fácil, mas não precisa ser difícil. Na verdade, crescer passa a ser muito menos doloroso quando começamos a nos acostumar a passar nosso tempo sozinhos, a aproveitar mais da nossa companhia.
O mais difícil é quando 'do nada' somos arrancados da nossa vida só de estudantes, onde nosso dia se resumia a 5 horas de colégio, alguns cursinhos e vez ou outra quando tínhamos que fazer algum trabalho - quando fazíamos o trabalho. Então um belo dia você não é mais estudante, e você passa a se enquadrar num grupo que tem um nome pesado, um pouco cruel, agora você passa de estudante para desempregado.
Alguns não se importam, afinal, tem pais que o sustentarão por algum tempo, outros se desesperam pois agora são 'adultos' e tem que se virar, outros não sabem o que pensar, pois os pais dão apoio financeiro mas eles não querem ficar dependendo deles por mais não sei quanto tempo.
Depois de uma odisseia atrás de emprego, inúmeras entrevistas, algumas furadas, você consegue o tão sonhado emprego. Muitas vezes não o sonhado mas o que 'tem pra hoje'.
Agora sim, você é um adulto! Ganha seu dinheiro e mesmo morando com seus pais,  você passa a ser mais responsável por si e adquire cada vez mais liberdade, em todos os sentidos.
Daí depois de um tempo, um curto tempo, você se dá conta que te falta tempo. Você passa algumas horas pra chegar ao trabalho, mais algumas pra voltar, fica mais algumas na faculdade... E quando vê, sai de casa as 06:00 e retorna depois das 22:00, você tem pouco mais de oito horas para fazer trabalhos da faculdade, comer, tomar banho e, com o tempo que sobra, dormir. A saudade dos amigos aperta, pois você não tem mais tempo para eles, mas como arranjar tempo para eles se mal sobra tempo para você? Você se sente culpado por não se fazer presente e isso não te ajuda em nada...
Mas ai você passa a enxergar tudo de outra maneira, passa a entender que assim como você, seus amigos não tem tempo para você também, e que eles mal tem tempo para eles também, mas nem por isso deixam de ser amigos. Você percebe que mesmo que não possam se ver toda semana, todos os meses as datas importantes para vocês sempre é arranjado um tempo, um minuto do dia que seja para que celebrem. Os aniversários de ambos são prioridades a frente de qualquer outro programa.
Você se dedica mais a você, passa a entender as novas circunstancias que a vida lhe impõe e se acostuma a isso.
No fim de tudo, mesmo com a teórica falta de tempo, que é comum a todos - TODOS os seres humanos do planeta, você percebe que os seus, serão sempre seus. Mesmo que se encontrem toda semana, todo mês, todo ano ou quase raramente. Os seus, aqueles que você conquistou durante a vida, naquele tempo em que te sobrava tempo, sempre estarão conosco, se não se fizerem presentes fisicamente, eles sempre se farão presentes sentimentalmente. E isso nunca, nunca diminuirá o valor que eles tem para nós.

Amigos, estamos crescendo, a vida está nos levando uns para o mesmo caminho, outros para caminhos opostos mas eu os amo, e sempre os amarei.

Até breve (?)

Comentários

  1. Nossa...Eu na verdade não me lembro de como vim cair aqui. Só lembro que te achei no facebook e quando vi, estava aqui. Eu li e amei, de verdade. Falo como leitora e escritora também. Eu me sinto meio assim agora, na verdade com medo de não ter tempo pra todos. Mas eu acho que não é algo que eu possa evitar né? Lendo o seu texto eu percebi que não interessa o que aconteça ou o tempo que eu fique sem ver certos amigos, nada vai mudar. Eles sempre serão meus amigos. Eu gostei demais do seu texto, da forma como você expressou o que estava sentindo, me tranquilizou ler isso. Obrigada.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

É dessas mulheres pra comer com dez talheres (♪)

Uma vez, quando eu era ainda mais moleque, uma certa pessoa me disse: "Rapaz, as mulheres não são todas iguais, como nada na vida é. Um Fusca e uma Ferrari, ambos são carros mas são muito diferentes um do outro. Com as mulheres é a mesma coisa, digamos que... Cada uma tem uma potência e um preço diferente, assim como os carros.". Desse dia em diante, eu passei a achar que mulheres são como carros. Ok, ok, entendi errado, mas deem-me um desconto, ainda era muito moleque quando me fizeram essa comparação. Cresci um pouco, achei que entendia mais da mulheres, e posso dizer que adquiri certa experiência com elas. Os homens tendem a se achar superiores as mulheres em um milhão de coisas, e buscam até embasamentos científicos para mostrar que elas são melhores apenas em tudo que está relacionado a cuidar do lar, dos filhos e do macho. Pobre desses homens. Mais pobre ainda as mulheres que ficam com esses homens. Mas enfim, com essa experiência que adquiri com mulheres, pude apren

“ – Porque nunca fica ninguém?

– Talvez seja por causa do seu coração aberto. – Como assim? – Ué, você não vê que as pessoas temem pessoas que amam demais? – Verdade, toda vez que enxergam meu coração eles temem, eles correm, as pessoas se assustam porque meu coração está sempre disposto a amar muito. – As pessoas temem ser amadas, elas temem o amor alheio, porque se acostumaram a amar pouco, e quem ama muito é chamado de louco. – E o que eu devo fazer, fingir que amo pouco? – Não, gritar que amam muito e esperar que o grito atinja outro coração disposto a amar em dobro. [Gustavo Pozzatti]       "Porque nunca fica ninguém?" Essa era uma pergunta que eu vinha me fazendo há um tempo, e ficava sempre na dúvida entre se era porque eu sou confuso de mais ou pareço leviano em excesso. Existe algo que faz com que as pessoas que conheço e me relaciono desenvolvam um afeto grande por mim bem rápido, e depois de um tempo, elas se vão, normalmente quando começo a abrir meu coração. Mesmo

Arrepiado, deixa o farol ligado, o vidro tá embaçado... (♪)

Tá bem frio hoje mesmo... Pois é, vamos dar uma volta? Ah, tô com preguiça... A gente sai só pra comer alguna coisa. Tô longe hoje. Eu te pego. Pega?!?? Tô brincando... Tá brincando? Que pena. Mas sério, te busco em algun lugar. Pode ser então. Onde vamos? Não sei... O Rio no frio me deixa sem ideias. Tá com fome? Não. Cerveja? Não... Hnm... Vamos então encostar o carro e ver a lagoa? Pode ser! Já parou aqui antes? Não... Lindo né? Uhum. Que bom que finalmente aceitou meu convite... Você nunca convidou... Você sempre fugia antes que eu chamasse. É... Olha pra mim... Fala. Me beija. "Dentro do carro, O cinto já tá de lado, O rádio tá ligado, Aumenta o ar condiconado..." Eu gosto dessa música. Eu também. Bem sugestiva. Verdade. Eu acho q... CALA A BOCA! "Arrepiado, Deixa o farol ligado, O vidro embaçado, O banco ta encostado." Pera, tá muito calor. Você não estava reclamando do frio? Mas agora tô suando. Tira a camisa... Não, as pessoas lá fora podem ver. Com esses vi