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Eu não sou senhor do tempo mas seu sei que vai chover (♪)

Descobrir o novo assusta. Na verdade, tudo que é fora do habitual nos assusta.
O coração bate mais forte no peito, a respiração fica ofegante, seus atos não acompanham a velocidade dos seus pensamentos até que você dá o braço a torcer.
E quando já está ali, percebe que tudo o que queria naquele momento era realmente estar ali, exatamente do jeito que estava. A situação e tudo o que está nela parece ser milimetricamente planejado, o cenário predominantemente claro, a situação, a conversa, a bebida.
E não há muito o que dizer quando quase tudo é dito sem palavras, é uma daquelas horas que falar estraga, e se faz o silêncio, silêncio das palavras, porque não faltam barulhos, e a TV está ligada.
A troca, a cumplicidade, a repentina confiança que, ouso dizer, ser uma inexplicável confiança.
O coração continua batendo muito forte, mas agora é por outro motivo, muito diferente da ligeira insegurança de quando estava pra anunciar sua chegada, os pensamentos que te passam na cabeça a mil por hora nada tem mais haver com 'se você deve ir ou não', agora você pensa que não quer ir embora, que quer ficar ali, por não sei quanto tempo...
E então no ápice da sua vontade, do seu desejo... Você simplesmente acorda. Olha o relógio e a vida real te chama de volta. Você tem que voltar pra sua vida, pra sua rotina. A vida real volta mas a vontade de permanecer naquele mundo que é seu, e que ninguém conhece, permanece.
Então você se prepara para voltar a sua vida, aquela que todos conhecem, e então você olha pra trás pra se despedir daquela sensação que você não sabe explicar, só sabe que é boa, muito boa. Uma porta se abre, você olha pra trás, a outra porta se fecha e você segue. Você segue, mas seu pensamento fica, o encantamento te acompanha e a vontade cresce.

Até breve (?)

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