Pular para o conteúdo principal

Detalhes não são "meros". Ou são?

Gosto dos detalhes, sempre me apeguei a eles e raramente eles me passam despercebidos.
Posso não reparar na cor da sua blusa, mas se sorriso está igual ao de ontem.
Não sei a marca do seu relógio, mas reparo no pequeno arranhão do seu pescoço, aquele que quase é completamente coberto pela camisa.
Não faço a menor ideia da cor do seu chinelo, mas percebo quando sua respiração está diferente.
Suponho qual seja sua bebida preferida, mas sei exatamente a difença da maneira que segura um copo quando bebe leite e quando bebe caipirinha.
Não consigo lembrar como é o modelo de seu ósculos escuro, mas consigo prever o exato momento que você desvia seus olhos dos meus.
Não consigo descrever com exatidão qual o tipo de corte do seu cabelo, mas sei exatamente onde se encontram os fios mais rebeldes que teimam em ficar fora do lugar.
Não sei dizer qual é seu filme preferido, mas consigo perceber, sem que diga uma palavra sequer, quando pensa em algo bom ou ruim.
Não sei a sua altura, não sei quanto calça, não sei se tem alergia a alguma coisa, não sei se prefere verão ou inverno, sou ou chuva, doce ou salgado, quente ou gelado... Mas sei que seu olho direito fecha um pouco mais que o esquerdo quando você sorri, sei que mexer no seu pescoço te arrepia, sei que desvia o olhar rapidamente para beiço quando está envergonhado e pro lado quando está confuso... 
É exatamente por me apegar a tantos detalhes que penso de mais, observo de mais, e as vezes enxergo de mais, mais do que deveria ou do que realmente existe... Mas aí eu não esqueço do que digo, do que leio ou do que escuto. E por mais que eu evite isso o tempo todo, sempre volto a me apegar a "Bom dia", "espera", "vou ver" e "outro dia".
Não há motivos e nem precisão para esperas, procuras ou algo parecido, mas... Mas é isso.
Sem expectativas, ou pelo menos assim que deveria ser.

Até breve (?)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

É dessas mulheres pra comer com dez talheres (♪)

Uma vez, quando eu era ainda mais moleque, uma certa pessoa me disse: "Rapaz, as mulheres não são todas iguais, como nada na vida é. Um Fusca e uma Ferrari, ambos são carros mas são muito diferentes um do outro. Com as mulheres é a mesma coisa, digamos que... Cada uma tem uma potência e um preço diferente, assim como os carros.". Desse dia em diante, eu passei a achar que mulheres são como carros. Ok, ok, entendi errado, mas deem-me um desconto, ainda era muito moleque quando me fizeram essa comparação. Cresci um pouco, achei que entendia mais da mulheres, e posso dizer que adquiri certa experiência com elas. Os homens tendem a se achar superiores as mulheres em um milhão de coisas, e buscam até embasamentos científicos para mostrar que elas são melhores apenas em tudo que está relacionado a cuidar do lar, dos filhos e do macho. Pobre desses homens. Mais pobre ainda as mulheres que ficam com esses homens. Mas enfim, com essa experiência que adquiri com mulheres, pude apren

“ – Porque nunca fica ninguém?

– Talvez seja por causa do seu coração aberto. – Como assim? – Ué, você não vê que as pessoas temem pessoas que amam demais? – Verdade, toda vez que enxergam meu coração eles temem, eles correm, as pessoas se assustam porque meu coração está sempre disposto a amar muito. – As pessoas temem ser amadas, elas temem o amor alheio, porque se acostumaram a amar pouco, e quem ama muito é chamado de louco. – E o que eu devo fazer, fingir que amo pouco? – Não, gritar que amam muito e esperar que o grito atinja outro coração disposto a amar em dobro. [Gustavo Pozzatti]       "Porque nunca fica ninguém?" Essa era uma pergunta que eu vinha me fazendo há um tempo, e ficava sempre na dúvida entre se era porque eu sou confuso de mais ou pareço leviano em excesso. Existe algo que faz com que as pessoas que conheço e me relaciono desenvolvam um afeto grande por mim bem rápido, e depois de um tempo, elas se vão, normalmente quando começo a abrir meu coração. Mesmo

Arrepiado, deixa o farol ligado, o vidro tá embaçado... (♪)

Tá bem frio hoje mesmo... Pois é, vamos dar uma volta? Ah, tô com preguiça... A gente sai só pra comer alguna coisa. Tô longe hoje. Eu te pego. Pega?!?? Tô brincando... Tá brincando? Que pena. Mas sério, te busco em algun lugar. Pode ser então. Onde vamos? Não sei... O Rio no frio me deixa sem ideias. Tá com fome? Não. Cerveja? Não... Hnm... Vamos então encostar o carro e ver a lagoa? Pode ser! Já parou aqui antes? Não... Lindo né? Uhum. Que bom que finalmente aceitou meu convite... Você nunca convidou... Você sempre fugia antes que eu chamasse. É... Olha pra mim... Fala. Me beija. "Dentro do carro, O cinto já tá de lado, O rádio tá ligado, Aumenta o ar condiconado..." Eu gosto dessa música. Eu também. Bem sugestiva. Verdade. Eu acho q... CALA A BOCA! "Arrepiado, Deixa o farol ligado, O vidro embaçado, O banco ta encostado." Pera, tá muito calor. Você não estava reclamando do frio? Mas agora tô suando. Tira a camisa... Não, as pessoas lá fora podem ver. Com esses vi