"Quando se tem uma decepção com relação a alguém, dificilmente haverá amor depois!" (Marcela Müller)

Minha internet ficou ruim em um bom momento, pois aconteceram coisas que com certeza é melhor que eu tenha esperado pra escrever, porque se tivesse escrito de cabeça quente me arrependeria.

Vou falar hoje sobre decepção.

Li um poema a um tempo que falava sobre isso, e durante esse post vou citar uns trechos dele, do qual não sei a autoria.

Naquele dia, dormir foi uma coisa impossível, água salgada teimava em cair dos meus olhos em direção ao meu travesseiro. Não por dor ou medo, era uma coisa que dói muito mais que isso tudo, uma dor onde parece que um trator passou por cima de todos os seus sentimentos e que permanece apertando o peito, e nessas horas, suas lembranças e suas anotações jogam na sua cara tudo o que você fez, tudo o que tentou, tudo no que você se iludiu.

Por alguns segundos você adormece, torcendo para que o mundo te esqueça por tempo indeterminado até que você junte todos os seus cacos. Mas não é assim que acontece. Você tem que acordar e continuar a sua rotina normal. Pelo menos tenta agir normalmente.

"[...]E acordar depois de uma decepção?

Acordar para a Vida, acordar para o Dia, pôr os pés fora da cama, levantar o corpo, calçar qualquer coisa para começar a pisar o chão, a terra, olharmo-nos no espelho, olhar uns olhos decepcionados...

E depois, muitas vezes voltar ao mesmo local, ver a mesma pessoa, ter de falar com essa pessoa, voltar e reencontrar o mesmo ambiente, o mesmo cenário... Reagir...[...]"

Os dias passam normais, e você vai passando por estágios que alternam entre rancor, tristeza e nada. O nada é que preocupa.

O 'nada' acontece quando tudo o que você sentia por ela vira cinza, você não fica feliz nem triste por ela, não sente amor nem ódio, você não sente nada.

Mas todos vocês, entendam uma coisa! A decepção não acontece por conta de uma coisa que fazem, mas ela acontece porque junto com o que é feito, planos são despedaçados, lembranças perdem valor, promessas são quebradas e principalmente sentimentos viram brinquedos.

O ato por si só não é nada, o que incomoda o coração é saber que aquela pessoa, justo aquela pessoa pela qual você brigaria com o mundo vai contra tudo o que diz e prega, talvez pra ela isso não seja nada.

"[...]Não é nada???! Mas não percebem, que para nós É TUDO!

Que houve uma derrocada de terras, por cima da nossa boca, que houve uma inundação de líquidos salgados, que nos deixou molhados de suores frios, que o nosso coração saltou, mexeu-se, como se de um sismo se tratasse e nos deixou com taquicardia [...]

[...]Pois, não vêem isto? Faltam as lágrimas? Ah, as lágrimas, as piegas lágrimas, que comovem os outros…Mas olhem, os decepcionados não choram por fora, choram por dentro! Choram, choram, choram, até ficar secos, como um solo africano, seco, ressequido, morto...[...]"

Mas então você se acostuma a se olhar no espelho de novo, se acostuma a olhar o olho da mesma pessoa, mas de maneira diferente, se acostuma a ter no peito aquela ferida que vez ou outra incomoda, e então começa a olhar a diante.

Você passa a ver outras pessoas com outros olhos, enxerga qualidades em alguém que está do seu lado a um tempo mas você era cego e preso a outro alguém.

Quando nos decepcionamos com alguém que não esperamos, nós nos machucamos, mas crescemos, amadurecemos e mudamos, a vida é assim.

Pessoas vão, outras vem, e esse é um ciclo contínuo, pois na vida não importa o que fazemos, sempre iremos sofrer, a unica coisa que temos que fazer é escolher pelo que vale mais a pena sofrer, fiz uma escolha errada, mas de certa forma, valeu a pena.

"[...] Deixem-nos enterrar uma decepção, como se de um corpo morto se tratasse, deixem-nos enviuvar, chorar aquilo que nunca acontecerá, que nunca iremos possuir, deixem-nos cair no chão (não nos levantem, por favor!), de pernas e braços abertos deixem-nos gritar, gritar muito para que saiam os espíritos malogros que nos envenenam, deixem-nos enlouquecer, perder o juízo, falar sozinhos, deixem-nos sair para a rua de robe e chinelos como um velho senil, deixem-nos estar sós, desgrenhados e sem comer, deixem-nos fugir (não vão à nossa procura, por favor!) e se quisermos deixem-nos morrer.

MAS HAVEMOS DE SOBREVIVER!."

A expectativa é proporcional a decepção.

Até breve (?)