Comecei minha viagem pela Garden Route há 4 dias, e a experiência tem sido mais incrível e agradável do que pensei, mesmo com as aranhas me perseguindo aqui também.
Estou fazendo essa viagem com uma grande amiga que conheci na primeira semana em Cape Town, e que desde então mantivemos contato, mesmo quando ela mudou de cidade, rs.
Vou falar para vocês um apanhado do que temos feito até então, talvez um pouco fora de ordem, mas juto que darei o meu melhor.
Antes de mais nada, não tenham medo de dirigir aqui! Para quem não sabe, aqui é mão inglesa, e isso realmente assusta um pouco para quem não está acostumado, assim como eu. No início realmente é complicado, principalmente porque o câmbio é do lado oposto, e a pista também! Mas parece que depois de três minutos dirigindo nosso cérebro acostuma e tudo flui de maneira bem simples.
Alugamos o carro por 15 dias, pegando em Cape Town e devolvendo em Johanesburg, mesmo assim, ficou bem barato, cerca de R$1.500,00 o total com KM livre.
As estradas na África do Sul, até o momento, são maravilhosas! Ainda não precisei desviar de nenhum buraco, e olha que já dirigi por mais de 800 km! Pedágio até agora não passei por nenhum também. O asfalto parece um tapete e as vias principais são sempre muito bem iluminadas, mas, o maior perigo de todos é se distrair com as paisagens, diversas vezes passamos por algumas de tirar o fôlego, e assim vai minha primeira dica: DIRIJA DE DIA! De noite a paisagem perde o encanto e você não consegue admirar o céu estrelado! O clima aqui é muito louco, então já pegamos sol, chuva, muita neblina, sol de novo... E assim sucessivamente.
Segue abaixo algumas dessas paisagens de tirar o fôlego:
Nossa aventura começou partindo de Muizenberg em direção a Swellendam. São cerca de 200 km de distância. Pelo caminho, tem algumas Townships (como as comunidades pobres do Brasil, mas ainda um pouco mais precárias) que ouvimos que são perigosas, mas não tivemos nenhum problema. Chegamos em Swellendam por volta das 19 horas, mas parecia que já era de madrugada, pois não havia absolutamente ninguém na rua.
Uma informação importante antes de prosseguirmos; eu e Carol estabelecemos um budget de pagar até 250 rands por diária, e por isso, temos sempre esse desafio diário para cumprir:achar um lugar barato e legal para dormir.
Chegamos na cidade e rodamos por cerca de uma hora, passando por diversas ruas e não encontramos nada. Então, decidimos perguntar em casa boutique, de nome Bergview, e conseguimos negociar um desconto e o quarto duplo ficou 500 rands, parecia perfeito antes de entrarmos mas quando vimos o quarto, ele foi mais que perfeito! Tinha aquecedor + cobertor elétrico + água muito quente + garagem + café, leite e chá grátis! Primeiro desafio foi completado com sucesso e então precisávamos encontrar algo bom para comer. Tivemos a sorte de encontrar um local que a cozinha não fechava antes das 21 hrs (sim, em pleno domingo estava tudo fechado. Lembra que falei que parecia uma cidade fantasma de noite? rs).
Dormimos muito bem, numa cama bem aquecida, num quarto bem aquecido! rs
Saímos por volta das 10 da manhã e o destino era Nature's Valley. São cerca de 300 km de distância. Nosso destino era o hostel mais incrível que já fiquei na vida, sério! Se você vai fazer a Garden Route, o Wild Spirit Backpackers Lodge é parada OBRIGATÓRIA! A cozinha não é o forte aqui, mas ele é lindo, totalmente conectado com a natureza e tem uma vibe linda de mais!
No caminho, paramos em Victoria's Bay. É uma prainha bem bonita, mas muito pequena. Sua fama de ser boa para o surfe deve ser verdade, pois haviam muitos surfistas mesmo, mas não é um local para mochilar, e sim apenas visitar, porque de fato é bem pequeno.
Como ficamos menos tempo que o planejado lá, resolvemos ir no Knysna Elephant Park, e que bom que fizemos isso, pois até agora, foi a experiência mais linda!
A história do parque é a seguinte: Como os elefantes da floresta de Knysna estavam praticamente extintos na década de 1990, o casal Ian e Lisette Withers teve uma ideia: transformar sua fazenda numa área segura para esses animais. Inaugurado em 1994, o KEP abriga elefantes resgatados em vários pontos do continente africano. O mais interessante é que eles ficam livres, e você tem a chance de interagir e caminhar com a manada. Também é possível comprar um balde para alimentá-los. E preste atenção ao redor, assim você poderá achar as zebras que também habitam o local.
Mas de fato, os elefantes são a grande atração, mas cuidado, não se abaixe perto deles! Não sei o que acontece, mas essa foi uma recomendação incisiva do guia e eu preferi não arriscar, rs.
Depois dessa enxurrada de fofura, finalmente chegamos no hostel, cansados porém muito encantados com tudo!
Pausa para a foto ao lado: Sim, essa maravilha de paisagem é, literalmente, do lado da minha cama. Essa janela incrível me dá "bom dia" todos os dias. Tem como acordar de mau humorado?
Pois bem, decidimos que este dia seria reservado para fazer as trilhas do hostel. Resolvemos começar pela da Cachoeira, porém, não ficamos um pouco decepcionados pois a cachoeira não tinha água e trilha não era bem sinalizada (porém agora não sei se o problema somos nós mesmo. Vocês saberão mais pra frente o porque, rs).
E então seguimos para as outras trilhas, que são "Janela de Deus" e "Grande árvore". Ambas sem grande impacto também. Bom, na verdade elas não são feias, mas diante de tanta coisa incrível que vemos a todo momento aqui, essas trilhas parecem "mais do mesmo", nada de muito diferente do que podemos encontrar no Brasil, na Alemanha ou na Áustria.
Como fizemos essa parte muito rapidamente, decidimos almoçar e seguir para ver "os gatos".
Fomos para o Jukani e eu esperava encontrar algo parecido como o Santuário dos Elefantes, mas é bem diferente. Obviamente não dá pra ser igual, pois os felinos são mais selvagens e não conseguem viver bem como seres humanos, mas fiquei um pouco incomodado de vê-los presos. Todos vivem em um espaço bem grande e parece que são cercados de cuidados, mas mesmo assim, me parece pequeno para aqueles "gatíneos". O que consola é saber que são animais que sofreram grandes traumas e não sobreviveriam soltos novamente na natureza. O Jukani abriga felinos de todo o mundo e o percurso é todo guiado, onde o responsável pelo grupo explica com uma enorme riqueza de detalhes todas as informações e curiosidades sobre as espécies. O parque recebe felinos rejeitados, doentes, sobreviventes de caça ou abandonados de todas as partes do mundo, e ali eles são cuidados e tratados. Foi uma visita muito interessante, de cerca de 1 hora e meia. O santuário das feras, abriga diversos felinos de diferentes espécies, tais como tigres brancos, leões brancos, hienas, guepardos, leopardos, onças, pumas e vários outros.
Voltamos pro hostel e começamos a organizar nossa programação para o dia seguinte, pois temos que saber exatamente o que fazer em dias de sol e em dias de chuva. Decidimos que se estivesse sol quanto acordássemos, nosso destino seria Robberg Nature Reserve, e acordamos com uma dia lindo!
Por volta das 10 da manhã saímos do hostel em direção à reserva.
Robberg, situada a 8 km ao sul de Plettenberg, não é apenas uma reserva natural com belas trilhas para caminhadas, mas também um monumento nacional. As rochas desta região remontam a 120 milhões de anos atrás e evidências de habitação humana em meados e final da Idade da Pedra foram encontradas em algumas das cavernas ao longo da península.
O Robberg Nature Reserve é a cereja do bolo de Plettenberg, sem sombra de dúvidas! Um lugar perfeito para se passar o dia todo. Para quem curte caminhadas, o parque oferece três opções de trilhas, uma de 3 km, outra de 5 km e a última de 10 km, aproximadamente. Nós fizemos a mais longa, porém, devemos ter andado por 13 km, pois sim, conseguimos nos perder! Por isso, acho que o problema está conosco mesmo, e não com a má sinalização das trilhas, rs. O bacana é que ao longo da trilha, do alto do parque, é possível ver focas, pequenos tubarões e até baleias! E além disso, o tempo inteiro você encontra vistas espetaculares! Durante o percurso passamos por: pedras, escadas, areia, mato, costões, precipícios, floresta de espinhos (nesse caso, porque nos perdemos) e muitas outras paisagens espetaculares. Mas levem bastante água e algo para comer, pois ao final do trilha, já estávamos exaustos e nem conseguimos mais apreciar a paisagem!
As fotos a seguir são de dois momentos bem peculiares:
Carol reclamando que não aguentava nais andar. E ainda tínhamos mais uns 3 km de trilha no momento dessa foto. |
Bom, mas o que posso dizer até o momento é que essa viagem road trip pela África do Sul tem sido muito melhor do que o planejado.
Eu e Carol estamos formando uma dupla e tanto! Eu estuo dirigindo como um piloto, e ela está entre as melhores co-piloto que já tive! Super atenta com o caminho, com a estrada, com as músicas e não errou nenhuma vez a "direita e esquerda", rs. Além disso, ainda me ajuda no time do desembaçador do vidro e no sinal de "obrigado" para o carro de trás quando estou com preguiça de apertar o botão. E o melhor de tudo: não reclama das minhas contorias, mas se diverte com elas e ainda canta alto junto comigo! Para ser perfeito, faltou só não ter medo de aranhas! haha
Por hora é isso! Beijo pra vocês e aguardem que em breve volto com o resumo dos próximos dias!
Até breve (?)
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